"O processo da mudança funciona como uma constante busca por novas experiências. Quando alguém diz 'Mudei' na maioria das vezes quer dizer: 'Troquei de experiência'. O processo de transformação trabalha com toda e qualquer experiência, com cada vez menos necessidade de buscar por novas experiências ou de alterá-las externamente."
Mudança seria, então, uma "revolução" mais aparente e também mais superficial. A transformação, por outro lado, exigiria um auto-entendimento mais refinado e menos dependente de manifestações externas. Mudança se anuncia, transformação se empreende. Mudança rende poemas, canções, videocases. Transformações rendem seu próprio resultado, que muitas vezes vem de um processo longo, demorado e pouco cinematográfico. Às vezes, inclusive, rende apenas seu próprio processo. Mas o fato de, hoje, a mudança ser muito mais popular do que a transformação não deve ser debitado unicamente na conta da dificuldade inerente das transformações. A cultura contemporânea tem celebrado e estimulado intensamente a ideia de mudança - rápida, formulaica e vibrante, já que a transformação não rende boas histórias se contada honestamente, pois demora demais pra acontecer e nem sempre gera fogos de artifício.
Quando se fala muito em paz, é porque não há paz. Se cada vez mais ouvimos sobre desenvolvimento humano, felicidade e transformação, talvez seja por que nunca estivemos tão confusos em relação ao que isso realmente significa.
Vi no O Esquema
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