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Papo Reto -

Papo Reto

O desafio das "pessoas feias"

O desafio das "pessoas feias"
10/07/2014
Vemos nos cultos. Vemos nas escolas. Vemos nas creches. A criança feia é menos amada que a bonita. Infelizmente o mundo prioriza a beleza de uma criança em detrimento de outra que não é.

Vemos nos cultos. Vemos nas escolas. Vemos nas creches. A criança feia é menos amada que a bonita. Não vamos entrar na discussão sobre o relativismo de beleza ou feiura, pois isso não cabe em um texto. E nem entrar no mérito de que "todos são bonitos aos olhos de Deus".

Infelizmente o mundo prioriza a beleza de uma criança em detrimento de outra que não é. Crescer como uma criança feia quer dizer que você é menos olhado, menos elogiado, menos tocado, chame menos atenção e que por isso seus pais te incentivam sabendo de que a vida será mais dura para você. A criança feia precisa desenvolver outros atributos como inteligência, simpatia, generosidade e bom humor ou simplesmente se esforçar mais do que uma que não é, para se comparar com os mesmos critérios.

Se você é homem, tem só um copo de água e vê duas pessoas, pra quem você dá? Se você tá numa fila e sobra uma senha pra presentear, pra quem você dá? Não é uma experiência universal, mas é o que se vê e o que se relata na maioria dos casos.

Mulheres feias recebem comentários ruins no meio masculino. “Vei, tu saiu com aquela mina feia?”, é o que se fala. Homem sendo inteligente, engraçado e agradável pode até ser considerado charmoso.

O feio sofre de um recolhimento no mundo da essência. Prega para si mesmo que o que realmente importa é o que temos por dentro. Internamente gostaria de ser bonito por dentro e por fora, mas só lhe resta o consolo interior. O feio é especialista em amores platônicos. Cultiva anos de relacionamento com pessoas que jamais saberiam de sua existência.

Vamos lembrar do nosso tempo de ensino médio. O meninos bonitos são os chefes que conduzem seu rebanho de garotos perdidos e sem identidade que querem ser como o seu herói pegador. As meninas criam uma febre em torno de si mesmas, lançam moda, tendência, roupas e ficam com o menino bonito e inalcansável. Mulher bonita conseguia as coisas apenas com um sorriso e um pedido com jeito.

A pessoa bonita sofre do mal da abundância vazia, pois são tantas opções que nenhuma parece realmente significativa. Alguns podem pensar: “quisera eu poder escolher tanto assim!”. Não é tão simples, porque a confusão emocional pode ser tão asfixiante quanto a falta de escolha. Sem perceber a pessoa bonita pode começar a banalizar as pessoas e realmente acreditar no poder da aparência como algo determinante. Fica preguiçosa emocionalmente e não se esforça para ser gentil ou atenciosa, basta sorrir. Pode se tornar esnobe por acreditar-se numa categoria à parte da humanidade comum.



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